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Triste

Pintura: Sr. do Vale
2,50m x 1,50m

É o mantra ouvido na alma, o silêncio visto na transparência do embrião, a eterna solidão gerada pelo sentimento sem razão, um estado encontrado pelo espírito, o momento ausente do presente, o não dito pelo pensamento, a morte pelo esquecimento. Uma condição jamais!
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Sem razão
para o constraste do
pulsar incessante
que adentra as mortas
folhas de um viver.
.
Nada está
tudo é:
passional, permanente,
sozinho, mesmo que
em um tufão.
.
Monocromáticas
as tardes, a noite
é meu caminho. Triste.
Uma vaga sombra
ao luar do meio dia.
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Triste
estar gelado
disfarçado
em tom azulado
ouvindo o rugido magenta
os olhos mortos vidrados
na negra sombra do outro lado
triste estar acovardado
pregado de soslaio
entre o verso
e o fingido gesto
do poeta.
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Evidência

Pintura: Sr. do Vale
0,72m x 0,54m

Desaguar terras
Em um solo revolto de
águas terrestres.
.
Os passos afetuosos
cedem à lua vermelha
o brilho de seus sentidos.
.
Paradoxos vividos
sob a mansa tez
do homem sem evidência.
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Eis que vejo
Um astro vermelho
Uma estrela em decadência
Mar e céu sem horizonte
Surreal evidência
Que me encontro em pleno sonho
De irreal incandescência
Posto que sonho, voo lento
Do cinzento leito praiano
Ao altiplano ventanoso
De verde luminescência
Me perco nas entranhas
De estranhas reminiscências
Então me dou conta, ao pensar
Que estou no obscuro limiar
Entre os reinos do Sonhar
E à luz do acordar
A Magia se faz Ciência
Ainda me sinto a voar
Arrisco um riso ao lembrar
De uma estrela vermelha
A centelha a esbrasear
As cinzas da evidência
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UTOPIA
.
Num firmamento utópico,
Sobe um fantistico foguete,
Através de uma nuvem
Com o conteúdo de uma vida branca.
No horizonte de um olho,
O mutante vai sumindo e assumindo,
Nos incontiveis séculos que passam
Como paginas de um livro grosso e santo.
E no espaço arqui-sideral,
Um pássaro de fogo avança sem parar,
À procura de outros mundos, outras vidas,
Onde a vida e a morte sejam livres!
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Viajei ao centro da terra
e encontrei um homem que lambia a água
que por uma fenda feita na terra escorria.
Viajei ao centro do homem
e encontrei um lamento sedento.
A vida esparramada em cores,
sentimentos,
temperaturas e sabores.
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A dor é evidente
o abismo é evidente
é evidente que desmanchamos as encostas
o limo escorre lento e esverdeado.
.
A evidência do perfil disforme
o reflexo inconcluso abaixo
a linha azul do céu
o solitário planeta vermelho.
.
Tudo nessa imagem evidencia
a incoerência
a sensação aguda
de estar em algum lugar
sem a ele pertencer.
.
É quase uma desevidência.
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Espero que a evidência
Bebida com a devida paciência
Invada com malevolência
A vossa consciência
Desfaça toda e qualquer indolência
E só no fim
Por clemência
Muitiplique enfim
Tudo isso que grita em mim...
.
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"No crepúsculo do dia
O inferno verde avança,
Cobre, escorre e esfria...
O vermelho quente, cansa.
A escuridão da noite chega,
O contraste se anuncia
E rostos escondidos nas pedras
Logo se evidenciam...
.
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Paradigma


Pintura: Sr. do Vale
2,00m x 1,20m


O que impregna.
Que leva a eterna e constante procura
Que sente intensamente uma nova descoberta
do mesmo sentimento.
Que não enfeita
Que não inventa
Que não mente
A grande forma que impressiona trazendo em seus ramos
a história de muitas vidas.
O detalhe que contêm as respostas das charadas
Um momento de amor
Nú e crú.
Com tudo que nele há
O calor
E as imperfeições
Um jeito de olhar, ou de sentir,
quem sabe um paradigma.

Selena Sartorelo & Sr. do Vale



Detalhe


Quem tem consciência
vê a imagem subliminar
na boca do monstro
a língua cheia de seios
e coxas e dorsos nus
os olhos fechados em êxtase.
.
Quem tem consciência
vê que nos dentes do monstro
há sangue e sêmem
mastigação e preguiça
languidez e vadiagem.
.
Em fila as mulheres esperam
sua vez de provar as delícias
daquela saliva
talvez pensando serem salvas
do monstro do tédio
de todos os dias.
Senhora Loirinha Má



Detalhe

És tola oh força que molda meu querer.
Sabe, eu quero desconstruir todas as incertezas
e adentrar na de nada saber, em constância!
Aquele passo se fora,
junto ao chão que mantinha o sonho,
meu pé de vontade.
Hoje, mesclo meu ser ao que não encaixa, sem molde.
Eu, mulher,
na distorção de mim.
Face de ir sem ponto.
À infinito do será.
É lá que o encontro mora.
Sem rima, sem caixa.
Fernanda Fernandes Fontes

Apoteose

Pintura: Sr. do Vale
2,50m x 1,50m



Eram cães
e eram deuses.
Eram Homens
e eram servos.
E se lançaram às águas
como em batismo
vestiram dourado
como em uma festa.
Os fracos.
Uivaram para o céu carmim
as feras.
Apoteótico instante
e instinto
sacrifício de carne
e cera.
Senhora Loirinha Má

Detalhe

Empunho estandarte
De vontades infindas
Em praça pública.
Ah, se soubesses que Minh´alma flameja
Pelos espirais de teu Corpo,
entrarias em Mim
feito apoteose
Nas plagas dos prazeres.
.
Me fantasio de lânguidos
Segredos para descortinar
O céu rubro de tua face.
Na enxurrada de cores,
Confeio-te d´amores
O eco do que guardo
A noite pra ti:
na sinuosa avenida
desfila meu desejo.
Saciai-o!
Fernanda Fernandes Fontes


Detalhe
Não tem censura no pintar
não teme o criar
agride, incomoda
mistura os sentidos
são berros, são gemidos,
Sussurros
Desejos
não queridos
Trás teus bichos
a razão
Natureza instinto e emoção
Tudo misturado
Bem explicado
Desliza na escuridão
lânguido
abraça e acaricia
Inverte a posição
um momento
a transformação
Detalhes
Lâmpejos
Doação
É súplica
É dor
A minha pretenção
Observa o sacrificio
Inerte
flutua o ser
Atende O entender
Um lamento
Uma explosão
de sentimento
Lambe a tela
Reação sem movimento
Sinto
a respiração
Dentro da caverna
cheiros e sabores
são tuas cores
A surdez
minha expiação.
Selena Sartorelo
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Quem é: aquele que estende a mão
ou o que olha impassível,
sou o sacrifício ou que sacrifica,
o que fica ou sou o que estou,
nado nas cores da visão
ou me aprofundo na cegueira da solidão.
Artista: escolhe para mim ser as nuvens
que de cima contempla as formas sem ter razão.
Noslen ed azuos

Alucinado

Pintura: Sr. do Vale
0,50m x 0,49m
Desfigura a tua cara
Mas mantêm o sentimento
Corre como o fogo levado pelo vento
Então se desfaz o tormento
Que vê
escorrega o pensamento
nas veias do contentamento
O poder da criação
Não carrega a ambição
Natural de toda vida
Fruto da alucinação
A morte
Quando a arte impressiona
Trás no tempo
O nascimento
Da mesma cor num outro momento
A despedida.
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Esse sou eu
é assim que me vejo
no espelho:
desfigurado
incendiado
o olho de lobo
fixo na presa
e você sem pressa
se estende nua
e lânguida no reflexo
do meu desejo.
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DEsfiguro-me em labaredas ardentes
que pulsam-me os dias quentes
de desejos febris.
Ah, essa descontrução de mim
que em ti crio chamas
de um nós cheio de ardis.
Junte-me os traços
criem-se laços
De um novo passo
-Alucinado-
que está por vir.
Fernanda Fernandes Fontes
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Alucinado
Ali
Se nado
Lúcido
Ou nada
Fado
Sem fada
Lido
Errado
Prosa acabada...
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Um pouco de mim perde a razão
se consome, arde em chamas
desvairado, indecente
se entrega em sacrifício
Inebriado se perde no caminho
Viajar sem destino
pó, fumaça, delírio
.
Um pouco de mim se encanta
rompe as amarras
camisa de força
espelho da alma
nos olhos da moça
que não sabe nada
deste alucinado mundo
.
Agora é tarde
agora já era
um pouco de mim se apressa
Digam-me bocas caladas,
já que a loucura não cessa,
quem trás a verdade?
Um pouco de mim não entende
insiste, alucinado, viagem,
seguir em frente.
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