Recuso-me a sonhar, tenho medo dos labirintos e cômodos escuros, tenho medo das profundezas da mente onde tudo é escuro e cinza, onde o azul é somente a beira do abismo.
O sr. sonhador guarda tudo para si. Vela os sonhos antes de dormir, e ao acordar, põe-nos na gaveta, a muitas chaves. Medo de perder o segundo inconsciente, que é tão valioso, tão eterno no momento em que se dorme. O guardião preferiria só sonhar, e que alguém o guardasse: sua memória, seu rosto, em algum sonho de um sonhador como ele; que o acalentasse e o fizesse dormir em paz, sem medo de se perder (n)os sonhos.
Antes de me pronunciar ao dono do blog, preciso imensamente falar à Lara.
Mulher, sua leitura precisa de certa forma me impacta, em choque. Cada nota que cantaste no comentário encaixa tão perfeitamente à pintura, no dono dos dedos apaixonantes. Do ponto de encontro, uma explosão me assola e em delícia capto a vida que se descobre, pulsa e o vento misterioso atravessa os portões, as gavetas.
Vale, tesouro precioso, não resisti e aqui estou, mas logo em saída.
Ao redor ruídos serenos, cheiro de árvores e surpresas no caminhar. O jardim em saboreio no instante, cobrir-se com sonhos infindáveis. De onde vem e vai, vai e vem, ondas a pincelar o suave demais, grande mais. Movimento leve e íntimo a sobressalto. Já não inquieto, olhante em torno, afinal os ramos balançam. Nas árvores as frutas, doces como mel. A entrega por profundidade, e a morte do supérfluo.
Numa noite com estrelas no céu, de lá somente o calor invadir pulsação. Passos lentos para admiração. Na voz, o muso aproximar, amplexar e perguntar: Onde tu estavas amor? Nos delírios sempre pensando em ti. Aguardava-a.
O passeio pelo jardim como prometido, pela noite, sob a chuva, segurar as mãos e dizer ao pé do ouvido sussurros: adorar adormecer em braços, o desejo. Como crianças à procura do abrigo, frágeis, buscando segurança e força. Por os dedos nos lábios, para o calar, e sentir o sopro. Deitar sobre a relva, versejar o constante e intenso, livres como pássaros voando no céu azul.
Se quem fala é a moça do Canteiro que passeia pelas flores sem amassar ou machucar nenhuma e, ainda mais, nos alumbra de perfume com um texto lindo desses, eu acredito, rs.
Eu o conheci a tarde, estava escurecendo, a temperatura era amena.
Ví em certo momento que ele me demonstrava o exato local em que eu estava, pendente, carente de respostas e inclemente de interrogações.
Eu estava alí, sim, somente por um braço, pendurado no ar, sob os pés o precipício, abaixo uma nesga de algo cor azul, pode ser o rio, pode ser o sereno, o ser o sem censo, creio que vou ficar jogado ao relento.
Enquanto houver forças, ficarei alí, até me descobrirem, aí sim me entregarei ao sono dos eternos sonhadores.
Entre muitas coisas que já fiquei lisongeado na vida, me senti novamente assim ao vc colocar no detalhe exatamente o momento que descrevi anteriormente.
Grato pela singularidade e homenagem do ato e pela oportunidade de ampliar minha visão de seus surreais delírios.
15 comentários:
Recuso-me a sonhar, tenho medo dos labirintos e cômodos escuros, tenho medo das profundezas da mente onde tudo é escuro e cinza, onde o azul é somente a beira do abismo.
Hermoso blog...hermosas pinturas
O sr. sonhador guarda tudo para si. Vela os sonhos antes de dormir, e ao acordar, põe-nos na gaveta, a muitas chaves. Medo de perder o segundo inconsciente, que é tão valioso, tão eterno no momento em que se dorme.
O guardião preferiria só sonhar, e que alguém o guardasse: sua memória, seu rosto, em algum sonho de um sonhador como ele; que o acalentasse e o fizesse dormir em paz, sem medo de se perder (n)os sonhos.
suas pinturas digitais são bem peculiares, senhor. gosto dessa originalidade beirando o surreal.
um beijo.
Antes de me pronunciar ao dono do blog, preciso imensamente falar à Lara.
Mulher, sua leitura precisa de certa forma me impacta, em choque. Cada nota que cantaste no comentário encaixa tão perfeitamente à pintura, no dono dos dedos apaixonantes. Do ponto de encontro, uma explosão me assola e em delícia capto a vida que se descobre, pulsa e o vento misterioso atravessa os portões, as gavetas.
Vale, tesouro precioso, não resisti e aqui estou, mas logo em saída.
Ao redor ruídos serenos, cheiro de árvores e surpresas no caminhar. O jardim em saboreio no instante, cobrir-se com sonhos infindáveis. De onde vem e vai, vai e vem, ondas a pincelar o suave demais, grande mais. Movimento leve e íntimo a sobressalto. Já não inquieto, olhante em torno, afinal os ramos balançam. Nas árvores as frutas, doces como mel. A entrega por profundidade, e a morte do supérfluo.
Numa noite com estrelas no céu, de lá somente o calor invadir pulsação. Passos lentos para admiração. Na voz, o muso aproximar, amplexar e perguntar: Onde tu estavas amor? Nos delírios sempre pensando em ti. Aguardava-a.
O passeio pelo jardim como prometido, pela noite, sob a chuva, segurar as mãos e dizer ao pé do ouvido sussurros: adorar adormecer em braços, o desejo. Como crianças à procura do abrigo, frágeis, buscando segurança e força. Por os dedos nos lábios, para o calar, e sentir o sopro. Deitar sobre a relva, versejar o constante e intenso, livres como pássaros voando no céu azul.
Ps.: Maravilhoso!
Abraços!
Priscila Cáliga
E aí, velho? Continua um mestre na arte de transformar os sons da essência do rock progressivo em telas deslumbrantes.
Um abraço!
Se quem fala é a moça do Canteiro que passeia pelas flores sem amassar ou machucar nenhuma e, ainda mais, nos alumbra de perfume com um texto lindo desses, eu acredito, rs.
Obrigada, Priscila, carinhosa vc.
Beijo.
Desachochar de veias e fios...de tintas e fontes...
Sempre me perco por aqui!
abraço
↓
SR "dali" do VALE!
Daqui, dali e dalém de lá!
Sonho solto!
EU-tonho sonho a dor que acabará... um dia!
Abraços!
Parabéns pela singularidade de seu trabalho!
Abraços,
Lou Vilela
Sr. do Vale,
acho que você já deve ter assistido, mas se não, não pode deixar de ver Amor além da Vida com o Robin Willians.
Absolutamente tudo aqui me remete ao filme.
Um abraço!
FT
Eu o conheci a tarde, estava escurecendo, a temperatura era amena.
Ví em certo momento que ele me demonstrava o exato local em que eu estava, pendente, carente de respostas e inclemente de interrogações.
Eu estava alí, sim, somente por um braço, pendurado no ar, sob os pés o precipício, abaixo uma nesga de algo cor azul, pode ser o rio, pode ser o sereno, o ser o sem censo, creio que vou ficar jogado ao relento.
Enquanto houver forças, ficarei alí, até me descobrirem, aí sim me entregarei ao sono dos eternos sonhadores.
Por favor me encontrem.
Impossível fugir da aventura de sonhar
que é a própria vida quando passa
com seu manto de cor e sombra
imprevisível.
Impossível escolher
o pássaro que cantará mais alto.
www.cinzasdiamantes.blogspot.com
O meu blog é uma revista digital mensal em busca de um panorama do pensamento artístico. Convido-a para conhecê-lo.
Grato. Um abraço,
ANTONIO NAHUD JÚNIOR
Sir Yohannnes Of Valey
Entre muitas coisas que já fiquei lisongeado na vida, me senti novamente assim ao vc colocar no detalhe exatamente o momento que descrevi anteriormente.
Grato pela singularidade e homenagem do ato e pela oportunidade de ampliar minha visão de seus surreais delírios.
Progresso e Sorte.
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